Karen Kasmauski, a contadora de histórias

“Uma contadora de histórias com uma câmera”: é assim que Karen Kasmauski se define. Fotógrafa, Karen rodou o mundo e viu muito mais do que se pode imaginar. Do Alaska ao Japão, aponta sua câmera procurando captar realidades, por vezes, ignoradas, e que nem por isso deixam de existir.

Karen Kasmauski entrou na faculdade com o objetivo de se tornar bióloga marinha. Seus planos, no entanto, não deram muito certo. A fotógrafa se formou em Master Of Arts, na Universidade de Ohio, e em antropologia e religião na Universidade de Michigan, o que a ajudou a explorar em seus trabalhos uma de suas maiores fascinações: a ciência. Procurando traduzir o modo como a ciência afetou e pode transformar o destino do mundo, seus ensaios fotográficos buscam retratar as consequências do avanço econômico e tecnológico na sociedade e no meio ambiente.

A fotógrafa Karen Kasmauski

Karen Kasmauski começou sua carreira como fotógrafa assistente no Ledger-Star, versão vespertina do jornal The Virginian-Pilot. No entanto, desde 1984, Karen fotografa para a revista National Geographic, já tendo realizado 25 grandes reportagens. Quase sempre, os ensaios partem de ideias da própria fotógrafa, e a moça não se poupa de aventuras. Foi até o congelante Alaska para ver como se dava a extração do petróleo e captar o seu impacto no meio ambiente e no dia-a-dia dos habitantes. Na Rússia, se expôs à radiação procurando mostrar justamente os efeitos desta na vida das pessoas. Em outro ensaio, chegou a visitar regiões próximas a vulcões na Guatemala e na Nicarágua, procurando registrar não apenas a cultura do povo que vive nestas área como os efeitos das cinzas vulcânicas no cotidiano dos habitantes.

Além disso, ela tem focado também em matérias sobre saúde, abordando temas como a obesidade na sociedade norte-americana, a busca pela cura da AIDs e o mal de Alzheimer. De origens japonesas – ela nasceu na base naval americana no Japão -, Karen Kasmauski também explora suas raízes em vários de seus trabalhos. Realizou um ensaio retratando a mulher japonesa, por exemplo, e em outro ensaio procurou destacar o papel econômico do Japão dentro da Ásia.

W. Maxwell Lawton, artista e portator de AIDS aplica em si mesmo uma injeção semanal de testosterona. Lawton viveu mais de 10 anos do que os médicos previram

Além de fotografar, Karen usa sua experiência para ensinar. Ela dá uma série de palestras sobre questões globais e é professora em várias escolas e faculdades, entre elas a George Washington University. Tem também uma relação muito próxima com organizações não-governamentais (as ONGs) e com a Nikon, sendo um dos membros prestigiosos do grupo Legends Behind The Lens.

E se não bastasse tudo isso, Karen Kasmauski transfere o seu trabalho para os livros. Impact: From The Frontlines of Global Health, obra sobre a carreira da fotógrafa na cobertura de assuntos relacionados à saúde, foi indicado ao estimado prêmio Pulitzer de jornalismo, literatura e música. Ela elaborou Impact com o objetivo de enfatizar que mudanças geográficas tem uma repercussão muito grande na vida das pessoas. A maioria destas mudanças, em inúmeros casos provocadas pelo próprio homem, muitas vezes terminam em condições de vida pouco saudáveis, o que aumenta o risco de uma série de doenças. Mais recentemente, em parceria com a Emore University, Karen desenvolveu o livro Nurse: A World of Care, que revela as questões que envolvem o trabalho de enfermagem mundo afora.

Os banheiros externos, construídos em regiões pouco desenvolvidas, como na Índia e em Bangladesh, é uma das maiores fontes de doenças por contaminação da água

Pensando sempre nas pessoas, sua maior preocupação é aliviar o sofrimento das pessoas e chamar atenção para os problemas globais através de suas histórias. Karen Kasmauski não é ambiciosa e sabe que fotos por si só não vão mudar o mundo. Mas espera que, através de seu trabalho, possa mostrar para o mundo realidades que as pessoas não sabem que existem, mas que precisam saber.

Veja mais fotos de Karen:

Em 1995, Karen foi até Kobe, no Japão, cobrir os efeitos do Great Hanshin Earthquake, terremoto de 7.2 pontos de magnitude

Mulher preparando uma refeição próximo a um criadouro de porcos, na China. Cientista acreditam que viver próximo de porcos e patos, nestas condições, facilita o cenário para espalhar e contrair o vírus da gripe aviária

Sobrevivente da varíola, na Nigéria. A varíola é uma doença que pode causar úlceras na córnea, que por sua vez, podem levar à cegueira

Originalmente em: http://www.lado-m.com/karen-kasmauski-a-contadora-de-historias/

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